segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

É Natal por todos os lados!


Não sei se é por causa do frio, mas os Alemães parecem adorar celebrar o Natal. Acho que com essa temperatura tão desagradável, o ambiente dos mercados, cheios de gente e luzes amareladas, velas, fogueiras e comidas cheirosas, torna o inverno mais suportável.
Seja por isso ou por uma fixação inexplicável, existem mercados de natal por TODOS os lados, Cada cidade não tem apenas um, mas muitas vezes vários mercados, espalhados por todo canto.


São lindo e acolhedores. suas barraquinhas iluminadas e decoradas com motivos natalinos parecem contos de fadas. Mas tenho que explicar uma coisa também: são todos iguais! 
Maiores, menores,com mais diversidade ou menos. Alguns em outras línguas (nas fronteiras, as tradições se mantem mas o idioma não...) e com um leve sabor da culinária local, mas essencialmente os mesmo.

 

Fim de semana passado aproveitamos pra viajar um pouco. Em menos de duas horas de trem estávamos outra vez na deliciosa França, dessa vez na cidade de Estrasburgo. Fomos de carro e novamente estacionar foi mais fácil que o esperado! Os estacionamentos todos possuem sensores e placas indicando quais ainda tem vaga por toda a cidade. Adoro esse conceito novo de Smart City, espero que ele se espalhe pelo mundo todo rápido!



Estacionamos perto da estação central de trem e fomos caminhando até o centro, dez, quine minutos no maximo. Chegamos as 13 horas e fazia muito frio, com aquele vento cortante de inverno já, apesar de ainda ser dia 6 de Dezembro.


Nunca havia ido a Estrasburgo e a cidade é encantadora! me apaixonei e preciso voltar na primavera, sem os mercados, para ver melhor essa cidade tão conservada e linda. O centro é magnifico, uma catedral incrível, um rio com casinhas antigas... perfeito, parecia saído de uma estoria infantil de princesas!

O mercado, ou melhor, os 10 mercados espalhados por toda a cidade fazem jus ao título de melhor mercado de natal da França, e Estrasburgo se intitula capital de Noel nessa época do ano.




Mil cores, mil doces e comidas variadas, francesas e alemãs misturadas com vinho quente tradicional dessas feiras e uma novidade, ao menos para mim, suco de laranja quente com mel!! Uma delícia!!
Comemos crepes deliciosos (afinal é França, né?) e nos esquentamos com bebidas quentes para não congelar as mãos! Queijos, embutidos, chocolates, biscoitos de todos os tipo... uma loucura deliciosa!!



Uma super enorme árvore de natal domina a maior praça da cidade. E como dia 6 de Dezembro é o dia de São Nicolau, muito celebrado nessa região, encontramos com ele pelas ruas de Estrasburgo -muito parecido com o nosso papai Noel, por sinal, mas como uma grande diferença: ele dava tangerinas de presentes para as crianças!!!!!




No fim da tarde sentamos num café para um chocolate quente maravilho enquanto descansávamos o pé um pouco e seguimos nossa viagem rumo a uma outra cidade incrível, no pé da Floresta Negra, e mais um mercado de natal a explorar!!









quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

No meio do caminho tinha um restaurante.



Ontem estávamos voltando para casa, pois passamos o fim de semana viajando, e o GPS nos mandou por uma mini estrada, dessas pelo meio da floresta, porque esse era o caminho mais rápido. O problema era que segunda feira as estradas por aqui estão cheias de caminhão, e eu, obviamente, fiquei bem atrás de um ao entrar no trecho final e cheio de curvas, daqueles que é impossível ultrapassar.
Mas isso não seria um problema em condições normais. Eu nem gosto de correr mesmo, ficaria feliz e contente ali atrás do caminhão até chegar em casa. O problema de verdade é que eu estava buscando um posto de gasolina desde que saí de Baden Baden, e não encontrei nenhum ao longo dos 140 Km de mini estradas pelas quais o GPS tão sabiamente me mandou.
Bom, já na reserva, o indicador de Autonomia do carro começou a diminuir vertiginosamente ao entrar em uma estrada tão sinuosa, subindo, e ainda atrás de um dos caminhões mais lerdos de todo o mundo.
Já quase em crise, achando que não íamos chegar em casa, resolvi parar em um restaurante no meio da estrada para me afastar do caminhão e ter alguma chance da gasolina aguentar até o final.
O restaurante de Johanniskreuz era todo bonitinho. Já havíamos passado por ali antes e pensado que um dia poderíamos explorá-lo. Bom, havia chegado finalmente o momento.
Entramos, um lugar agradável e um senhor simpático nos atendeu. Pedimos o cardápio, e ele explicou que só faziam três pratos, e passou os 10 minutos seguintes fazendo mímicas e tentando nos fazer entender com seu meio alemão meio inglês, o que a cozinha podia nos oferecer.
Confesso que ainda estava meio assustada e pensando na gasolina do carro e de como tínhamos que comer rápido porque a noite chega as 16:30 da tarde e eu não queria parar no meio daquela estrada de jeito nenhum. Ou melhor, bastante assustada, depois que vi que meu celular não tinha sinal...
Não gosto de pedir comida num restaurante sem ver o cardápio. Mas o senhor não nos deu muita opção, pois não parava de falar sobre os pratos até que decidíssemos algo e a final pedimos um prato cada um, quase que para fazer ele ir embora e nos deixar quietos um pouco.
A comida estava boa, normal, e muito abundante, como sempre na Alemanha. Pensamos que, também como sempre, não tínhamos que haver pedido dois pratos, é sempre impossível comer tudo!
A verdade é que estávamos apreensivos e comemos rápido. Quando terminamos, queríamos pagar rápido e ir ver qual seria nossa sorte com o carro.
Aí a coisa começou a piorar. O senhor havia sumido na cozinha e quase que tivemos que invadir o restaurante para encontrá-lo. Quando trouxe a conta: um susto! Dois pratos simples e uma coca-cola custava, nada mais nada menos, que 50 euros!! E ainda por cima cobravam cinco euros de taxa para pagar com cartão!
Nos sentimos completamente roubados. Moramos aqui na Alemanha há 6 meses e nunca pagamos nada parecido em nenhum restaurante, considerando que comemos um prato simples, sem nem salada (aqui todos os pratos vem com salada!) e tomamos uma coca e uma água!!! Um restaurante no meio do nada, numa mini estrada, daqueles que vamos quando fazemos trilhas na floresta!! Inacreditável! Ainda mais pela desonestidade do senhor, que suponho ser o dono do local. Depois disso vi que havia um cardápio em cima de uma mesa. Os pratos que ele tão sabiamente ofereceu eram as três opções mais caras de todo o cardápio, que tinha também muitas outras opções, aparentemente...
Bom, para provar que tudo tem um final feliz, saímos de lá injuriados, mas chegamos em casa bem e com tempo (ou gasolina, devo dizer) suficiente para ir ao posto de gasolina e encher o taque o máximo possível!!
Como sou uma cidadã exemplar, cheguei em casa e fui fazer uma crítica ao restaurante no Tripadvisor. Para minha surpresa haviam várias estórias idênticas à nossa... parece que o senhorzinho esse aplica seu golpe com muita frequência nos pobres desavisados que aparecem ali no seu restaurante no meio do caminho!!!
Tá vendo, quem disse que Alemão também não é cheio de malandragem???

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Primeira Neve do Ano!!






Ontem amanheceu tudo branco!!!


Lindo, lindo. A neve tem algo que transmite calma... Ela não cai rápido como a chuva, não faz barulho na janela e não deixa nossa visão embaçada...
A neve cai lenta, e deixa o vento mudar seu caminho. É silenciosa e isola o ruído do mundo inteiro ao seu redor. E deixa o ar tão gelado e tão transparente que parece ainda mais transparente que o próprio ar.

Por outro lado, devo confessar que me dá medo. Talvez por ser o desconhecido (não tenho a menor ideia de como lidar ou me proteger dela!!!), talvez seja o frio intenso, que dói só de pensar...

O que fazer quando você encontra seu carro pela manhã assim??


Bom, acho que é só tirar a neve de cima e tocar a vida pra frente! Aparentemente, isso é algo normal por aqui!!!

E a neve nos lembra que está chegando o Natal, e não há frio que espante esse povo de suas tradições natalinas geladas e iluminadas num dia branco...




segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Weihnachtsmarkt Heidelberg 2014



Incrível como o tempo passa e nem nos damos conta. Primeiro de dezembro!!
Que loucura!!
Esse fim de semana fomos ao Mercado de Natal de Heidelberg!
Já tínhamos programado passar o dia em Heidelberg e visitar o Weihnachtmarket que dizem ser um dos mais bonitos da Alemanha. A previsão era de um dia frio, mas com sol, e eu fui dormir muito animada, com a ajuda de dois gluhweins que tomei no mercado aqui de Kaiserslautern!!
Pois o sábado acordou branco, nublado, e o termômetro marcava nada mais que três graus as dez da manhã. Nenhuma possibilidade, nem distante, de um dia de sol...
Eu, por outro lado, acordei passando um pouco mal, também com a ajuda dos dois gluhweins da noite anterior.

O frio e o mal estar nos fez repensar o programa... passar um dia inteiro passeando ao ar livre, à três graus célsius não me parecia uma boa ideia, muito menos ir a um lugar com tantas guloseimas deliciosas para almoçar com a barriga revirada como estava a minha.
Uma pequena mudança de planos nos levou a passar a manhã quentinhos em casa e a fazer uma visita estratégica à Ikea no caminho do nosso programa Natalino.
Adoro visitar a Ikea. Mesmo. Gosto da comida, do ambiente, das comprinhas. Mas isso fica pra outro dia, voltamos ao temo principal, o lindo mercado de Heidelberg!

Decidimos ir de carro mesmo porque o clima não ajudava.-- Esperar trem a três graus não rola pra mim! Achei que ia ter problema para estacionar, mas foi super tranquilo. Os estacionamentos todos tem contagem eletrônica, e você pode ver nas placas e qual tem mais vagas e escolher onde vai parar.
Paramos fácil e perto da rua de pedestres. Chegamos as 16, ainda era dia e já estava bem cheio.
Fomos caminhando do centro até a catedral, passando pelos diferentes mercados e curtindo o visual de Natal, as ruas cheias de gente, e o cheiro delicioso das comidas tradicionais!! Ai como eu queria uma Currywurst.. mas ficou para outro dia!!
O mercado é todo muito bonito, cheio de coisas artesanais, roupas, enfeites, biscoitos: tudo encantador.
Foi anoitecendo e ficando cada vez mais bonito, com as luzes amareladas e os enfeites brilhantes por todo lado. Chegamos a praça da catedral, com sua enorme árvore de natal e a vista tão bonita do castelo de Heidelberg lá e cima. Descobri que é possível se divertir passeando em um lugar aberto, de noite, com uma temperatura por volta dos dois graus, o que eu achava que seria impossível!!

Na volta paramos no Saaha, um restaurante Árabe delicioso na rua principal, para comer um humus antes de voltar pra casa!
Um dia delicioso explorando o Natal gelado nessa terra longínqua!!










http://www.heidelberg-event.com/events/weihnachtsmarkt/

http://www.sahara-heidelberg.de/

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

“Yes, that's it! Said the Hatter with a sigh, it's always tea time.” 
― Lewis CarrollAlice in Wonderland

E se passou mais um mês em um piscar de olhos!! Que coisa de louco!! Parece ontem que escrevi o ultimo post comemorando o fim/inicio da minha maratona para aprender Alemão...
Bom, celebro hoje meu primeiro dia do nível 2, cheia de entusiasmo depois de um mês de descanso... acho que esqueci o quanto impossível parece ser essa língua e me sinto repleta de esperança de que vou chegar lá! Que maravilha faz um mês de férias!! E que férias!!

Primeiro dia de volta a vida normal é sempre estranho. Amanheceu branco e ao longo do dia foi ganhando cor e calor... Eu amanheci cedo e sem cor também, mas pouco a pouco a cabeça foi entrando no lugar e as idéias em ordem.

Novas caras, companheiros antigos que há um tempo não via, até a professora rabugenta parecia sorridente para essa tarde agradável de Setembro.

O tempo passa, o nível 1 vira nível 2 e, em pouco tempo, nível 3 ou 4... julho vira agosto, setembro, e até outubro. O calor dá lugar ao vento frio, e as folhas verdes mudam de cor e de lugar. But, remember: It´s always tea time for the Hatter! Nossa vida segue, como o chá do chapeleiro louco, dia após dia, infinitamente igual e sempre muito, mas muito diferente!


terça-feira, 29 de julho de 2014

Red´s Queen Race

“My dear, here we must run as fast as we can, just to stay in place. And if you wish to go anywhere you must run twice as fast as that.” 
― Lewis CarrollAlice in Wonderland


Hoje foi o ultimo dia da minha aula de Alemão. Passou um mês, voando como sempre, em que aprendi uma quantidade louca de substantivos, verbos, adjetivos, conjunções e tudo mais que compõe essa louca língua germânica.
Foi um mês de conhecer novas pessoas, novas nacionalidades, novos rostos. Um mês de aprender novas estruturas, novos sons e novos significados.
Quando nos mudamos a um novo país, o começo é sempre a parte mais complicada. É tanto o que assimilar, que parece que precisamos correr o tempo todo, simplesmente para permanecer no mesmo lugar! E se decidimos que queremos aprender e crescer, aí mesmo é que temos que correr duas vezes mais rápido, como na corrida da Rainha de Copas!
Pois é assim que me sinto hoje, no final de uma corrida louca, que, a bem da verdade, está apenas começando!!

-Outro dia conversando com uma amiga que mora aqui na Alemanha ha algum tempo, eu dizia que era muito complicado, claro, aprender o tal do Alemão. Ai ela respondeu: Eu sei, mas não se estressa não! É muito complicado mesmo no início, mas depois dos 6 meses melhora!!-

6 meses??? Sendo assim me corrijo: que comece a maratona!!!


sábado, 12 de julho de 2014

In time

White Rabbit: [singing] I'm late / I'm late / For a very important date. / No time to say "Hello, Goodbye". / I'm late, I'm late, I'm late
― Lewis CarrollAlice in Wonderland

Acabo de ver um filme chamado In time. Ok, é verdade, a história não é lá grande coisa, o filme deixa muito a desejar... mas a ideia por trás me fez pensar na maneira como vivemos nossas vidas, na maneira como gastamos nosso tempo...
No filme, a partir dos vinte e cinco anos, cada pessoa tem um ano mais de vida. O tempo é a moeda local, substituindo o dinheiro. Você trabalha por tempo para estender sua vida, e gasta tempo para pagar as coisas que necessita. Nesse mundo inventado, os ricos tem vida eterna, enquanto os pobre vivem contando os minutos.
Levando a analogia de volta a vida real, no fundo no fundo não é muito diferente da realidade, onde o time is money after all, e as classes sociais são definidas de maneira muito similar, seja na luta por tempo, status ou dinheiro.

Mas além da analogia obvia que o autor quis usar, não pude deixar de pensar no quanto a ideia de que nosso bem mais precioso deveria ser nosso tempo, e de quanto tempo gastamos fazendo coisas que não gostamos ou não queremos. Ver os personagens do filme trocando tempo, ou dando tempo de presente um ao outro me fez pensar em como desperdiçamos esse bem tao precioso, sem nem notar.

O mundo moderno esta sempre correndo, tudo é urgente, imprescindível e inadiável. Assim como o coelho branco, estamos sempre atrasados, devendo tempo para um sistema bancário imaginário que não tem piedade de nós. With no time nem para dizer Hello and Goodbye, a vida vai passando e nos queixamos que o tempo passa cada vez mais rápido. Já parou para pensar se não somos nós que passamos cada vez mais rápido pela vida e que não temos nem tempo para parar e ver o tempo passar?


quinta-feira, 10 de julho de 2014

The beginning?

“Begin at the beginning," the King said, very gravely, "and go on till you come to the end: then stop.” 
― Lewis CarrollAlice in Wonderland


Hoje finalmente chegaram as caixas da mudança. Enquanto o mundo amanhecia de ressaca, depois da overdose de sentimentos desagradáveis deixada pela noite passada, aqui no pais da cerveja começou a chover fininho e não parou mais. Acordei com uma manhã cinza e molhada, daquelas que prometem que o dia inteiro terá essa cara de mofo. Acordei com vontade de dormir mais, muito mais, porque nesses dias chuvosos a cama é com certeza nossa melhor amiga.
Mas acordei porque hoje era o da que finalmente chegava a mudança. E eu estava nervosa. Com o sem chuva, com ou sem mil gols da Alemanha, com ou sem a ressaca de vergonha do povo brasileiro, finalmente hoje era o dia que tudo chegaria.
A transportadora atrasou meio hora, e. como bons alemães, ligaram para avisar. Quanta civilidade. E como bons alemães, me avisaram isso em alemão, claro! Super!
O que interessa é que chegou, meia hora atrasada ou não, a casa nova foi invadida por caixas e mais caixas trazendo a vida antiga empacotada.

E porque eu estava nervosa? Acho que talvez uma mistura: apreensão da entrega iminente em alemão, curiosidade se tudo chegaria inteiro e em bom estado, loucura gerada automaticamente pela entrada de milhões de caixas em casa e, creio que acima de tudo, falta absoluta de espaço para tudo que vinha ai!
Quando o alemão vai embora, olho para minha sala nova tomada por caixas de papelão e penso: Socorro! Não tenho nem ideia de por onde começar!!!

O problema das caixas é que eles significam muita coisa. E enquanto decido começar pelo principio e abrir a caixa numero 1, vou pensando e sentindo coisas muito diferentes. Por um lado abrir as caixas e arrumar tudo significa tornar nossa vida aqui definitiva. Não estamos mais com uma malinha num ap alugado para ver no que vai dar. Significa esvaziar a vida antiga que foi armazenada e transportada, e tentar encaixar ela no mundo novo a nossa volta, de forma definitiva. O que da um certo medo, devo confessar.
Por outro lado, quando uso a palavra definitiva, uma onda contraria invade meu rio e muda o curso inicial. Existe um grande desejo dentro de mim de ter algo definitivo... de parar de me mudar uma vez ao ano, coisa que aconteceu nos últimos 5 anos da minha vida. Estou cansada de soluções provisorias e de mudança repentinas. E sei que este tampouco será nosso porto final, ou pelo menos um porto de longa duração... Optamos uma vez mais por um contrato com data de validade, o que corresponde perfeitamente a falta de certezas do nosso momento. Assim, minha arrumação definitiva, mais uma vez, é definitivamente temporária.

Assim, com essa mescla louca de medo da nova realidade com desejo de encontrar nossas certezas pelo caminho, vou de caixa em caixa, desencaixotando e encaixando as coisas em seus lugares novos, buscando espaços, criando e imaginado o que esse mundo desconhecido no trará! E espero que o final chegue e eu possa parar e, finalmente, me sentir em casa novamente.



quarta-feira, 9 de julho de 2014

“I'm afraid I can't explain myself, sir. Because I am 

not myself, you see?” 

― Lewis CarrollAlice in Wonderland


Hoje eu estou naqueles dias. Aqueles dias que você acorda pela manha e não se sente você mesma. Que tudo da errado e qualquer problema parece uma calamidade publica.  
Pois e, infelizmente esses dias acontecem com mais frequência do que eu gostaria, e me sinto totalmente incapaz de não deixar que eles me afetem tanto...
E quando, por acaso, nesse mesmo dia as coisas realmente vão mal, ai sim parece o fim do mundo!!
Mas se eu sei que tudo e uma questão de ponto de vista, se eu sei que me sinto assim apenas temporariamente e que nada mais e do que uma alteração hormonal louca que logo vai passar e meus sentimentos voltarão a um tamanho normal, porque e ta difícil viver esses dias que eu não sou eu???

Hoje tinha jogo do Brasil. Eu sabia que, com essa equipe que jogou as partidas anteriores, não tínhamos nenhuma chance contra a Alemanha. Mas não sei... la dentro sempre existia um desejo de zebra e de que a sorte verde amarela falasse mais alto. 
Nao sei explicar o que me deixou tao triste. Eu não gosto de futebol, e sei que um jogo e apenas um jogo. 
Por outro lado cresci e vivi a maior parte de minha vida nesse pais onde tudo e tao sofrido, tao complicado... mas jogar futebol sempre foi fácil. E ver o Brasil brilhar nesses momentos sempre foi uma das maiores satisfações dessa pátria sofrida.
Bom, talvez seja realmente o momento de parar de se importar com esse jogo e de se orgulhar do Brasil pelo que e e pelo que tenta ser, sempre crescendo e seguindo em frente. De se emocionar com nossas conquistas na vida cotidiana e não nessa festa maluca que faz o mundo parar por um mês, de 4 em 4 anos.

Pode ser que minha tristeza venha do fato de estar aqui nessa terra Alemã. De estar me sentindo sozinha em um pais que não entendo. E não e que eu não entenda sua língua ou sua cultura, definitivamente não entendo sua maneira de pensar. Não entendo a estrutura: da língua, das ruas, da cabeça das pessoas. Não entendo o clima, nunca sei se vai fazer frio ou calor. Não entendo porque as pessoas não sorriem. 

Sera que isso tudo esta na minha cabeça? Que eu estou tornando tudo mais complicado e mais diferente? Sera que sou eu o problema? 

Se sou eu o problema então esta resolvido: porque hoje eu não sou eu mesma!!

sábado, 5 de julho de 2014

“Have i gone mad?
im afraid so, but let me tell you something, the best people usualy are.” 
― Lewis CarrollAlice in Wonderland


Amanha faz tres semanas que cheguei aqui... faz tres semanas que resolvi seguir o coelho branco para dentro de um buraco e nao tinha a menor ideia do que ia encontrar la. Que deixei a segurança do meu mundo conhecido para embarcar numa viagem maluca por um reino que eu não tenho nem ideia de como sera!
E assim como a Alice, fui correndo sem nem pensar duas vezes, e me senti crescer e diminuir tantas vezes que nem me lembro mais!
E não foi a primeira vez que me joguei no desconhecido, que entrei no espelho em busca de algo novo... o que me faz pensar seriamente se eu sou completamente louca, inconsequente, ou se tenho problemas mentais...
De todas as formas, maluca ou não, nada e mais emocionante, revigorante e desafiante que começar de novo! E se a loucura nos faz amadurecer e nos traz coisas novas, ela deve estar sendo útil, correto?
Sera mesmo que para ser feliz e seguir correndo atras do que e melhor pra gente, ser um pouco louco e a melhor solução??
Pois eu acho que terei que seguir perseguindo meu coelho branco para ver onde ele vai me levar!!